Patrimônio histórico e Acessibilidade
Oi pessoal!
Sei que ando meio relapsa aqui com o blog, mas explico o porque.
Como alguns já sabem estou fazendo mestrado na FAU-USP com o tema: Acessibilidade nos bens culturais imóveis: possibilidades e limites nos museus e centros culturais. O que acontece é que estava preparando uma monografia como trabalho final de uma disciplina que cursei semestre passado, que falava de políticas públicas. Resultado: falta de tempo!
Mas agora partilho com vocês um pouco do que encontrei pela internet sobre o assunto.
Realmente acessibilidade e patrimônio faz qualquer arquiteto e engenheiro sambar. É um assunto que incomoda e deixa mais dúvidas do que certezas.
Desde o Decreto Federal 5.296/04 que fala de acessibilidade, foi publicado também uma Instrução Normativa n°01/2003 do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que trata sobre a promoção da acessibilidade aos bens culturais tombados. O documento traz muitos pontos interessantes, que dão diretrizes de como lidar com a adequação desses bens; fala também que os técnicos que ser treinados para entender de acessibilidade. Realmente a base está lá, falta a ação.
Uma das coisas que diz é que deve ser divulgada uma listagem de bens que foram adaptados para conhecimento da comunidade em geral. E cade isso? Não encontrei tal divulgação.
Vejo pouca preocupação (ou conhecimento) na adequação do nosso patrimônio. Que é de todos! Motivo de identidade para todos e nem precisamos discutir que todos tem direito a conhecer. Portanto acessibilidade é fundamental, inclusive no patrimônio. E chega de exceções!
Bom… agora deixa partilhar um pouco do que achei.
O CEDD – Centro Español de Documentación sobre Discapacidad (que seria algo como Centro Espanhol de Documentação sobre Deficiência) traz uma biblioteca especializada sobre o assunto. Muita coisa disponível online… outras na biblioteca em Madri. Nesse assunto que estou abordando tinha um artigo muito interessante em dos Boletins do Real Patronato: “Accesibilidad y Patrimonio Cultural. A la búsqueda de un equilibrio compatible” do José Antonio Juncà Ubierna. Texto muito bom e esclarecedor. Traz fotos de adaptações muito interessantes.
Visite http://cedd.net/ para mais documentos sobre deficiência. Tem bastante coisa!
Um artigo brasileiro é o de Marcos Paulo de Souza Miranda e Andrea Lanna Mendes Novais, ambos da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, disponível no site Vitruvius com o título “Direito de acessibilidade aos bens culturais”. Eles tratam mais da questão legal (essencial), e também tem fotos exemplificando várias adaptações bem sucedidas.
Ainda encontrei algumas pesquisas academicas que estão me dando grande ajuda na minha dissertação:
“Introduzindo diretrizes de projeto para a acessibilidade em sítios históricos a partir do estudo de São Francisco do Sul“, dissertação de mestrado da Melissa Miroski Gerente pela Universidade Federal de Santa Catarina, de 2005.
E “Acessibilidade Ambiental em bens tombados pelo patrimônio histórico: conflitos e consensos”, monografia do curso de Especialização da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais, de autoria de Isabella Corrêa Dias. Essa não encontrei na internet, mas consegui ter acesso com ajuda de um de seus orientadores o Prof. Dr. Marcelo Pinto Guimarães.
E não posso deixar de mencionar o livro da Arq. Silvana Cambiaghi, Desenho Universal – Métodos e Técnicas para Arquitetos e Urbanistas da Editora Senac, que tem um capítulo sobre o assunto. O livro todo muito bom!
Tem bastante coisa interessante na net, basta procurar!
Elisa, como não encontrei seu site antes?
Sou estudante de arquitetura e estou pesquisando justamente sobre acessibilidade em bens acautelados, com foco na cidade de Ouro Preto-MG. É uma questão complexa que, como você falou, gera muitas discussões e dúvidas.
Seria interessantíssimo se pudesse ter acesso ao seu trabalho, e, quem sabe, trocarmos informações. Aguardo um contato seu, se for possível. Meu email é marcella.valadares@gmail.com.
Obrigada!
Marcella,
Muito bacana!!! Bom encontrar pessoas para discutir o mesmo assunto.
Estou no meio do mestrado, portanto não estou com a dissertação pronta, mas podemos trocar ideias.
Mandarei meus contatos por email, para conversarmos mais a respeito!
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Ola Elisa.
Nossa queria MUITO entrar em contato com você!
Estou terminando uma especialização e me preparando para tentar o mestrado. Minha monografia foi uma avaliação de acessibilidade em colégios públicos e agora gostaria de me aprofundar no tema, porém pra deixar a discussão um pouco mais interessante acho que vou querer trabalhar com patrimônio histórico.
Queria muito te pedir opniões, toques ou seja lá oque vc puder me ajudar.
antecipamente grato.
Rafael Campos
ps.: vc consegue meu email por este recado mesmo ou tem alguma maneira de eu conseguir o seu?
Ola Elisa,
Sou Coordenador Nacional do Programa de Mobilidade e Acessibilidade em Areas Urbanas tombadas pelo Iphan. Gostaria de maiores informacoes sobre sua tese. Grato,
George
Olá George,
Não tinha vista seu comentário! Acho que tive algum problema no blog.
Estou com a dissertação de mestrado em andamento. Meu foco é analisar as edificações que sofreram adequação à acessibilidade e avaliar se atendem as pessoas com deficiência, mesmo sendo adaptações parciais ao que a norma exige. E qual a interferência no bem cultural tombado.
Gostaria de continuar este diálogo! meu email é contato@elisaprado.com.br
abraços!
Olá Elisa,
gostei muito do seu site e declarações. Sou estudante de arquitetura e estou em processo de conclusão de curso. Meu tema é uma proposta para introduzir acessibilidade no centro histórico do Recife antigo. E estou realmente precisando de umas dicas de literaturas e artigos que possam me ajudar a concluir minha pesquisa. Muito Obrigada mesmo, é bonito alguém se interessar por uma área pouco vista em nossa país. Grata!
Muito interessante o seu trabalho e o seu Blog. Pretendo fazer Mestrado e investigar como anda a acessibilidade no Centro Histórico da minha cidade – Natal. Sempre me interessei pelo Patrimônio Histórico das cidades. Acho fundamental o acesso ao Patrimônio através do desenho universal. O grande desafio é como tornar prática essa questão. Parabéns pelo trabalho.
Obrigada, Ana Paula.
Realmente é uma questão complexa e que merece muitos estudos!
Abs.