Livro inclusivo

Conheçam o livro infantil “Adélia Cozinheira”.

O trabalho integrado de uma equipe dedicada – a designer gráfica Wanda Gomes, a escritora Lia Zatz e a ilustradora Luise Weiss – trouxe à tona um livro lindíssimo e inclusivo.

A publicação usa um sistema de braile inédito, que não fura o papel e pode ser impresso juntamente ao off-set normal. Dessa forma, pode ser lido por crianças com e sem deficiência. As crianças podem se reunir e ler conjuntamente, cada qual a sua maneira, aproveitando-se do texto em braile, relevo nos desenhos e fontes ampliadas.

Luise Weiss utilizou formas simples, alto contraste e predomínio de cores primárias para ilustrar o livro. Isso facilita a compreensão das crianças e visualmente atende as crianças com baixa visão também.

E não é só isso. Como o livro fala de comida, foram aplicados aromas, o que torna a experiência sensorial mais completa e interessante para os pequenos.

O nome da personagem foi inspirado em Adélia Sigaud, primeira mulher brasileira deficiente visual a dominar o Sistema Braile*.

O objetivo da Coleção Adélia (Adélia Cozinheira é o seu primeiro volume) é atingir o público infantil, 3 a 10 anos, incluindo crianças com deficiência visual com grau de limitação de 10 a 100%.

O livro foi patrocinado pela IBM por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura. A tiragem de 3.000 livros foi doada a bibliotecas públicas.

Aqui em São Paulo, pode ser encontrado na Biblioteca São Paulo, que fica próxima à estação Carandiru do Metro. Vale a pena a visita na Biblioteca que é fantástica, como projeto de arquitetura e projeto de inclusão, com vários recursos de tecnologia assistiva para permitir o melhor aproveitamento do que a biblioteca dispõe.

* Adélia – o nome da personagem foi inspirado em Adélia Sigaud que aprendeu braille com José Álvares de Azevedo que havia estudado seis anos em Paris. Adélia Sigaud, cega, filha de Dr. Xavier Sigaud, médico francês que esteve a serviço da corte de D.Pedro II, foi a primeira mulher brasileira a dominar o Sistema Braille e tornou-se, mais tarde, muito conhecida em Portugal por sua dedicação a tiflologia (tratado sobre a educação da pessoa com deficiência visual). Dr. Xavier Sigaud foi o primeiro diretor do Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant, inaugurado no Rio de Janeiro em 17 de Setembro de 1854. (vi essa informação no portal Inclusive)

  4 comments

  1. Luiz Baggio Neto   •  

    Muito bacana, essa edição.
    Qual seerá a forma de impressão em Braille?

  2. Oksana Tymoshchuk   •  

    Lindíssimo trabalho!
    Parabéns!

  3. Elisa Prado   •     Author

    Não é mesmo, Oksana?
    As crianças devem adorar.

    abs.

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